Oi pessoal, tudo bom?
O post de hoje é sobre a minha rainha/ princesa FAVORITA: Mary Stuart!
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Mary na série REIGN |
Antes de falar dela, vou contar como eu conheci essa rainha trágica. Há uns três anos aproximadamente, comecei a assistir a minha série favorita: REING. Essa série deveria ser obrigatoriedade televisiva! Além de ser a melhor série que eu já assisti (eu já assisti mais de setenta), conta a história de Mary, rainha da Escócia (entre todo o enredo maravilhoso da série). Concluindo, TODOS deveriam assistir!
Chega de enrolação e vamos conhecer a história dessa mulher incrível!
Bela, majestosa, amante, pretensiosa, assassina, traidora, rainha. Muitas são as palavras que se poderiam utilizar para classificar uma das personagens mais fascinantes do século XVI: Mary, a trágica soberana da Escócia. Sua figura altiva até hoje exerce verdadeiro fascínio para muitos entusiastas e estudiosos das casas dinásticas europeias: a de uma mulher bastante imponente, que arriscou seu reino para viver uma paixão inconsequente e pagou com a própria vida por desejar algo que estava além de sua vontade, a coroa da Inglaterra. Dos interstícios da renascença nórdica, o relacionamento entre duas soberanas se mostraria fatal para uma delas e mesmo após a morte de ambas, elas passaram para os arautos do tempo como estereótipos de mulheres que desejavam o que a outra possuía. Louca, coquete, conspiradora, mãe desnaturada, ou santa? Mary Stuart: quantas perguntas para nenhuma definitiva resposta.
Mary Stuart (1542-1587) foi rainha da Escócia de 1542 a 1567, quando abdicou do trono. Foi rainha consorte da França entre 1559 e 1560.
Mary Stuart ou Maria I nasceu no Palácio de Linlithgow, na Escócia, no dia 8 de dezembro de 1542. Filha do rei Jaime V da Escócia e da rainha consorte, a francesa Marie de Guise. Sua avó Margaret Tudor era irmã do rei Henrique VIII. Mary tinha apenas seis dias quando seu pai morreu. A Escócia seria governada por regentes até a rainha alcançar a idade adulta.
Após a morte do rei, duas facções entraram em confronto pelo poder. Uma era a dos católicos liderados pela rainha-mãe Marie de Guise e pelo rico cardeal David Beaton, o outro era a massa protestante encabeçada por James Hamilton, conde de Arran, descendente do rei Jaime II, além de ser o próximo na linha de sucessão após a morte de Mary. No dia 3 de janeiro de 1543 proclamou-se governador do reino, porém não recebeu o apoio da maioria católica.
Henrique VIII rei da Inglaterra decidiu traçar um plano para unir as duas coroas sob a liderança da Inglaterra, casando a rainha com seu filho Eduardo, príncipe de Gales. Para se proteger desta pretensão, a rainha mãe se refugiou com a filha no Castelo de Stirling. Enquanto isso, o cardeal Beaton tentava apaziguar o estado de tensão com a assinatura do Tratado de Greenwich, que dizia que Mary se casaria com Eduardo aos 10 anos de idade e se mudaria para a Inglaterra.
O regente Arran resolve abandonar o apoio aos ingleses e à religião protestante e começa a defender uma política pró-católica e pró-francesa. Como vingança, Henrique inicia uma série de invasões, incêndios, massacres e pilhagens na Escócia. No dia 28 de janeiro de 1547 morre Henrique VIII e assume o trono seu filho Eduardo, então com nove anos. A regência fica nas mãos de seu tio Eduardo Seymour. Em setembro de 1547 as tropas inglesas arrasam as tropas escocesas. Em meio aos combates, a rainha é levada secretamente para o convento de Inchmahome, numa pequena ilha no lago Manteith.
Diante dos fatos, o rei francês Henrique II propões a união de Mary Stuart com seu filho Francisco (1544). No dia 7 de junho de 1548 Mary é levada para a França, onde recebe uma educação refinada sob os olhos da família de sua mãe. No dia 24 de abril de 1558 é realizado com grande pompa, na Catedral de Notre Dame, em Paris, o casamento de Francisco e Mary. Na Inglaterra, sua prima Elizabeth se torna rainha e recebe a proteção de Filipe da Espanha contra as pretensões de Mary Stuart à coroa inglesa.
Com o falecimento do rei francês em 1559, Francisco se torna rei, mas como não tinha atingido a maioridade recebe o apoio da mãe Catarina de Médici e do duque de Guise, um adversário de Catarina. O grande poder conquistado pelos Guise desperta inquietação entre a nobreza francesa. Motins foram organizados contra a coroa. A ameaça de atentado levou a família real a se proteger no castelo de Amboise, no alto de Loire.
Retorno à Escócia
Em 11 de junho de 1560 falece sua mãe Marie de Guise, que governava a Escócia em seu nome. Nessa época, o país se via envolvido em agitações políticas e religiosas e com ameaça de ter sua fronteira invadida por tropas inglesas. No dia 5 de dezembro o rei falece deixando Mary com apenas 18 anos de idade. Catarina de Médici assume a regência durante a minoridade de seu filho Carlos IX.
Em agosto de 1561 Mary chegava ao porto de Leith, na Escócia. Foi saudada por seus súditos. Tentou governar com tolerância com os protestantes, uma vez que era católica. No dia 29 de julho de 1565 casa-se com o Lord Henry Damley, um primo católico inglês, que reivindicava a coroa inglesa. Henry era possessivo, ciumento e alcoólatra, transtornando a vida da rainha. No dia 19 de junho de 1566 nasce James, seu único filho.
Abdicação e prisão na Escócia
Mary Stuart tinha um secretário privado, o italiano David Rízzio, a quem ela admirava. Damley planejou assassiná-lo e numa noite em que ele tocava para Mary e suas damas de companhia, Damley e seus homens o arrastaram e Rizzio foi assassinado. O próximo a morrer foi o próprio marido de Mary, em consequência de uma explosão em sua casa em Kirk O’Field. Muitos desconfiaram que foi o conde de Bothwell, o novo admirador da rainha, que o matou. Logo depois se casam, contra o clamor da sociedade.
O povo pedia a abdicação da rainha, que foi presa no castelo de Loch Leven e obrigada a assinar sua abdicação. O trono foi ocupado por seu filho James VI da Escócia. Seu meio irmão James Stuart, conde de Murray tornou-se regente. Em 1570 o conde foi assassinado por um dos partidários de Mary. Algum tempo depois, Mary foge e levanta um exército, mas é derrotada na batalha de Langride.
Prisão e morte na Inglaterra
Mary Stuart foge para a Inglaterra e pede ajuda a sua prima Elizabeth, que a tomou sob sua proteção, mas na verdade era uma prisioneira. Durante 19 anos foi mantida em diversos castelos. Muitos inimigos pediam a morte de Mary, mas Elizabeth recusava todos os pedidos de soltura, até ser informada de seu envolvimento na rebelião de Babington, em 1586, para assassiná-la, uma vez que era filha ilegítima de Henrique VIII com Ana Bolena.
Mary foi levada a julgamento, considerada culpada de traição e condenada à morte. Foi executada no castelo de Fotheringhay, na Inglaterra, no dia 8 de fevereiro de 1587. Foi sepultada na Catedral de Peterborougl, mas depois, seus restos mortais foram transferidos para a Abadia de Westminster.
Alguns fatos incríveis sobre essa rainha:
1- Quando Maria fugiu para a Inglaterra em 1568, Elizabeth recusou-se a ajudá-la contra os Lordes escoceses, usando como desculpa o assassinato de Lord Darnley. Existia um julgamento em torno das ‘Casket Letters’ (baú de cartas em tradução livre). Essas cartas escritas por Mary a Bothwell, supostamente provaram seu envolvimento no assassinato de Darnley. No entanto, as cartas originais desapareceram misteriosamente e suas cópias foram evidentemente adulteradas pelo Conde de Morton, que muito tinha a lucrar com o fato de Mary nunca mais retornar à Escócia.
2- Mary Stuart era muito afeiçoada a cor branca, e insistiu em usá-la em seu primeiro casamento, com Francis II. No entanto, na França do século XVI, o branco era considerado a cor do luto.
3- Após a morte de Francis II, Mary passou a usar preto costumeiramente, para representar a perda de seu marido, e da coroa francesa.
4- Embora Mary tenha desembarcado em Leith (Escócia) em meados de Agosto, ela foi recebida com uma densa névoa do mar. John Knox não deixou de assinalar que este era um mau presságio. Alguns historiadores apontam que pode ter havido um eclipse do sol naquele dia.
5- Mary era muito alta (tinha por volta de 1,82 de altura) e considerada muito bonita. Enquanto esteve em cativeiro em Lochleven, duas tentativas foram feitas para resgatá-la, mas apenas a segunda teve êxito. Na primeira tentativa, Mary disfarçou de uma lavadeira que havia ido à ilha entregar roupas; a tentativa falhou, pois o barqueiro a levou de volta para a outra margem, assim que reconheceu suas mãos, que eram famosas por sua extrema brancura e elegância.
6- Enquanto esteve em Lochleven, Mary caiu severamente enferma e teve um aborto. Ela perdeu gêmeos que foram subsequentemente enterrados às pressas na ilha. Não está claro quando exatamente ela ficou grávida, mas sem dúvidas, o pai era o Conde de Bothwell.
7- Mary tinha uma vida muito ativa. Ela amava montar a cavalo e dançar. Ela também vestia-se como homem, a fim de escapar à noite pelas ruas de Edimburgo sem ser reconhecida.
8- Caracterizada pela sua natureza sagitariana, Mary tinha uma personalidade forte e ardente. Era generosa, misericordiosa e sociável. Ela adorava o ar livre e os animais. No entanto, ela também foi criticada por agir impulsivamente e por ser sem tato. Ela era propensa à doenças, como úlceras e violentos ataques depressivos.
9- As últimas palavras de Mary antes que o machado do carrasco pousasse sobre seu pescoço foram: “Into thy hands, O Lord, I commend my spirit” (Em tuas mãos ó senhor, eu entrego meu espírito).
10- As quatro Marias, damas de companhia de Mary eram:
– Mary Fleming;
– Mery Seton (filha de uma francesa, Marie Pieris – que havia sido dama de honra de Marie de Guise – e seu marido, George, 6 Lord Seton);
-Mary Beaton (filha de Robert Beaton de Creich e neta de Sir John Beaton, herdeiro do Palácio de Falkland);
-Mary Livingston (filha do tutor de Mary Stuart, Lord Livingston. Foi Mary Seton, que nunca se casou e permaneceu fiel à sua Rainha quase até o fim de sua vida, quando esta, mandou-a se aposentar).
O nome Mary deriva da palavra islandesa ”Maer”, que significa virgem ou ”dama”.
11- A última noite de Mary foi passada esboçando seu testamento a fim de que todos os seus empregados fossem beneficiados. No dia de sua execução, ela apareceu em seu habitual manto preto e com um véu branco sobre a cabeça. Ela então deixou cair o manto para revelar um vestido vermelho carmesim.
12- Durante toda a sua vida, Mary buscou encontrar-se cara a cara com sua prima, Elizabeth I. Elas nunca se encontraram. Elizabeth participou do batismo de seu filho James, enviando um representante com uma pia batismal. A rainha inglesa prometeu visitá-la em inúmeras ocasiões enquanto Mary estava presa na Inglaterra, mas nunca o fez. Ela atendeu ao seu funeral enviando a Condessa de Bedford como representante. Ironicamente, as tumbas de Elizabeth e Mary estão lado a lado na Abadia de Westminster, separadas pela nave da capela e pelas colunas ricamente esculpidas do local. Elas hoje descansam mais próximas que nunca.
13- Foram necessários três golpes de machado para separar a cabeça de Mary de seu corpo. Para o horror de todos os presentes, seu corpo então começou a se mover. Seu pequeno cachorrinho, e companheiro em seus últimos anos de prisão, um Terrier chamado Geddon, estava escondido sob seu volumoso vestido durante toda a sua execução.
14- O crucifixo, livro de anotações de Mary, e suas roupas manchadas com sangue, foram queimados no pátio do Castelo de Fotheringhay, logo após sua execução. Não haveria relíquias para adorarem.
15- Quando o carrasco ergueu a cabeça decapitada de Mary enrolada em um lenço, ela estava quase calva. Os anos de prisão haviam danificado seriamente sua saúde e beleza. Uma mecha de seu cabelo ainda pode ser vista no Palácio de Holyrood, em Edimburgo. O cabelo, provavelmente descolorido pelo passar dos anos, é agora de tonalidade ruiva bem clara, quase loira, embora Mary em vida, fosse de fato ruiva.
16 – Mary foi a primeira mulher a praticar golfe na Escócia. Ela até causou certo escândalo quando foi vista jogando o jogo em St Andrews, poucos dias após o assassinato de seu marido, Darnley.
17- Enquanto Mary esperava seu navio partir para a Escócia em 1561, um barco de pesca afundou diante de seus olhos com toda sua tripulação. Ela então exclamou: “Que triste augúrio para uma viagem!”. Enquanto o navio navegava afastado, ela manteve seus olhos fixos na costa francesa até que estivesse totalmente fora da vista, repetindo: “Adieu France, adieu alors ma chère France … je pense ne vous revoir jamais plus” (Adeus França, Adeus minha querida França… Acredito que nunca mais irei vê-la novamente). A tristeza de Mary tornou-se justificada; ela nunca retornou à França, nem em vida, nem em morte.
18- O Conde de Bothwell, terceiro marido de Mary, foi tragicamente preso na fortaleza dinamarquesa de Dragsholm. Acorrentado a um pilar com metade de seu tamanho, para que não pudesse ficar em pé, ele permaneceu agachado no escuro e sujeira por dez anos. Quando ele faleceu, já louco, seu corpo estava coberto de pelos. Seu cadáver mumificado foi colocado em exposição na cripta da igreja Faarevejle, perto de Dragsholm.
19 – O crânio de Darnley (segundo marido de Mary) está agora no Royal College of Surgeons em Londres e possui marcas indicativas de sífilis. A notória promiscuidade de Darnley, finalmente o teria matado se ele não houvesse morrido antes, no acidente em Kirk o’ Field.
20 – Na noite de 29 de janeiro de 1587, o quarto de Mary no Castelo de Fotheringhay, foi iluminado três vezes por uma grande luz. Mary, que ainda não sabia ao certo qual seria seu destino, entendeu isso como um presságio de morte iminente. Existe também uma teoria de que tratava-se de um cometa.
21- O caminho que leva até Fotheringhay, foi nomeado de ”Perryho Lane”, em homenagem a uma suposta frase dita por Mary. A rainha, que não havia sido avisada para onde estava sendo levada, supostamente exclamou: ”Perio, eu perecerei”.
22- Os cardos roxos (flor símbolo do reino da Escócia) ainda crescem no local de execução de Mary, e são apelidados de ”as lágrimas da Rainha Mary”.
23- Enquanto estava em Chastworth, foi permitido que Mary fizesse alguns passeios supervisionados no campo, e ela tornou-se fascinada pelas cavernas locais. Um grupo de estalactites do local é conhecido como ”Queen Mary’s Pillar”, alegadamente nomeado assim por sua dama de companhia, Mary Seton.
24- Mary era uma verdadeira linguista. Além de seu velho escocês natal, que aprendeu desde a infância, e o francês em que foi educada, ela também entendia latim, grego, espanhol e italiano. Mais tarde na vida ela aprendeu também o inglês.
25- O adultério tornou-se um crime capital durante o reinado de Mary Stuart, embora sua introdução tenha tido mais a ver com seu Alto Ministro Kirk, John Knox, do que com ela. As leis contra os adúlteros foram estendidas por seu filho James VI da Escócia e I da Inglaterra.
26- O filho de Mary, James VI, nasceu dentro do saco amniótico, que, de acordo com a superstição, o garantiu de não morrer por afogamento. Na língua inglesa, isso é conhecido como ‘‘lucky caul”.